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O preço da modernidade pode ser alto para nossos parentes evolutivos

Pexels - Timon Cornelissen

Jaqueline B. Ramos – @ambi_entese / https://www.linkedin.com/in/jaquelinebramos/

No início desse mês uma notícia acendeu (mais um) um alerta em relação à conservação de chimpanzés e de outros grandes primatas na África. Um estudo que acabou de ser divulgado na revista Science Advances mostra que mais de um terço dos grandes símios está sob ameaça da crescente exploração de minerais, entre eles o lítio, no continente.

A mineração como uma ameaça ambiental não é exatamente uma novidade, mas o que o estudo ressalta é a análise do cenário atual que impulsiona a alta demanda da exploração. Lítio, e também níquel e cobalto, entre outros, são minerais raros e essenciais para a produção de baterias de carros elétricos e de outros dispositivos desenvolvidos para a necessária transição energética de combustíveis fósseis para fontes mais limpas. 

Ou seja, o rápido crescimento de tecnologias de energia limpa está levando ao aumento da demanda destes minerais. Os esforços para a diminuição de emissões de gases de efeito estufa e o controle do aumento de temperaturas revelam-se conectados ao impacto negativo do deflorestamento, comprometendo o bem-estar e a sobrevivência dos grandes primatas na natureza. Uma perspectiva crítica que evoca pensamentos desconfortáveis, para dizer o mínimo.

Uma das autoras do estudo, Jessica Junker, pesquisadora da organização Re:wild, enfatiza que os dados levantados pelo estudo demonstram a necessidade urgente de uma abordagem equilibrada para a transição para energias renováveis. Um dos caminhos para tal é a análise transparente de dados e a proposta de medidas mitigadoras e compensatórias, conforme é apresentado no estudo.

Embora o abandono dos combustíveis fósseis seja crucial para enfrentar as alterações climáticas, não deve ocorrer à custa da biodiversidade. Dra. Junker alerta que a trajetória atual das atividades de mineração pode contradizer as metas ambientais, destacando a importância de reduzir o consumo e considerar os impactos ecológicos mais amplos.

Visão geral do potencial aproximado de ameaças diretas (10 km) e indiretas (50 km) aos primatas ligadas às atividades de mineração. JUNKER ET AL., SCI. ADV. 10, EADL0335 2024

O estudo completo (em inglês) pode ser acessado em https://www.science.org/doi/10.1126/sciadv.adl0335.

Matérias com mais informações:

https://www.publico.pt/2024/04/04/newsletter/azul#google_vignette

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