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Campos rupestres brasileños están amenazados
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Campos rupestres brasileiros sofrem ameaça perigosa

Crédito das fotos: Ricardo Solar (divulgação)

Por Jaqueline B. Ramos

Florestas são as áreas mais ricas em biodiversidade e merecem toda a atenção e prioridade para conservação e uso sustentável? A resposta é: não necessariamente… 

No Brasil, pesquisadores da UFMG – Universidade Federal de Minas Gerais, da Unesp-Rio Claro e da Universidade Stanford fazem um alerta sobre as graves ameaças aos campos rupestres (foto), complexos vegetacionais muito antigos e megadiversos, que abrigam mais de 5000 espécies de plantas vasculares e um dos níveis mais altos de endemismo no mundo. Em solo brasileiro, ocupam uma área de cerca de 83 mil km2 em montanhas de quartzo e ferro nos estados de Minas Gerais e Bahia, sendo a maior parte localizada na Serra do Espinhaço.


Segundo o estudo científico “The deadly route do collapse and the uncertain fate of Brazilian rupestrian grasslands”, divulgado em maio, se as formas de uso da terra continuarem insustentáveis e considerando os efeitos das mudanças climáticas em curso, a previsão é a perda de 82% desse ecossistema até 2070. Isso comprometerá os serviços ecossistêmicos em escalas regionais, incluindo fornecimento de água e segurança alimentar, e afetará potencialmente mais de 50 milhões de brasileiros.


“A mineração é uma das atividades que causam impactos negativos. Outras são construções mal planejadas de estradas, invasão biológica, expansão urbana e a total incapacidade dos órgãos ambientais de fiscalizar e agir devido à ignorância sobre o ecossistema. O turismo predatório e a silvicultura são outros vetores de grande relevância. Tudo tem sinergia e colabora para uma rota de colapso”, explica Geraldo Wilson Fernandes, um dos autores do estudo.

Efeito cascata na biodiversidade

Assim como as áreas florestadas, os campos rupestres sofrem o efeito cascata dos impactos na biodiversidade quando há atividade humana descontrolada. “Espécies não existem sozinhas e muitas dependem de outras para sua sobrevivência”, alerta Fernandes. “A retirada de espécies vitais resulta em uma cascata de eventos que pode levar ao colapso de todo o ecossistema e à mudança na produção de bens naturais”.


Um dos pontos importantes destacado pelo estudo, que inclui dados coletados há 30 anos, é considerar o uso sustentável e a conservação dos campos rupestres respeitando suas características. Ou seja, não tratá-lo como floresta.


Os ambientes de campos rupestres têm milhões de anos e não há condições de solo para manter uma floresta sobre pedra. Há uma harmonia entre as forças naturais que permite a sobrevivência de determinadas espécies. Retirá-las e plantar árvores, de acordo com Fernandes, atende apenas a interesses econômicos.

“Mais do que ter áreas preservadas em formato de parque, nosso plano é estabelecer com a sociedade e tomadores de decisão uma proposta de pacto pelo uso racional dos campos rupestres, baseada em conhecimento científico, e trabalhar em rede com as partes interessadas. Do contrário, medidas políticas podem não ser efetivas”, conclui o pesquisador.

Resumo em imagens (Crédito das fotos: Ricardo Solar – divulgação)

Link para o artigo original (em inglês, PDF): https://www.dropbox.com/s/jids0n1i49qh5yt/Fernandes_et_al-2018-Biodiversity_and_Conservation.pdf?dl=0

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